27.11.07

Safari (pede-se o favor de não alimentar as feras e de manter os braços dentro do veículo)

Alguns dos líderes africanos cuja presença na Cimeira União Europeia-África não incomodará o governo português nem melindrará os líderes europeus.

Ziad Ben Ali


Presidente da Tunísia desde 1987. Reeleito nas primeiras eleições multipartidárias do país em 1999 com 99.6% dos votos e novamente reeleito em 2004 com 94.4% depois de uma emenda constitucional que lhe permitiu continuar no cargo. Apesar de a liberdade ser oficialmente apregoada, os meios de comunicação e a internet são controlados pelo governo. As prisões tunisinas estão apinhadas de presos políticos e as torturas e desaparecimentos são frequentes.

Teodoro Obiang Nguema


Presidente da Guiné Equatorial desde 1979 depois de depor o anterior presidente (o seu tio) e de ordenar a sua execução por mercenários marroquinos (nenhum soldado do país poderia fazer parte do pelotão de fuzilamento por se acreditar que o antigo ditador possuía poderes mágicos). Em 2003, a rádio nacional anunciou o estatuto divino do presidente e o seu contacto contínuo com o Todo-Poderoso que lhe permitia matar indiscriminadamente sem condenação e sem ir para o Inferno. Para impedir os funcionários públicos de se apoderarem de fundos nacionais, depositou o tesouro nas suas contas privativas. Sem referir os rumores de canibalismo, resta a boa notícia de que sofre de cancro em estado terminal, motivo que poderá levar à sua substituição na cimeira por um dos seus possíveis sucessores, o filho ou o irmão mais novo.

Muammar Qadaffi


Líder líbio desde 1969 com o título de "Líder Fraterno e Guia da Revolução". Apesar de uma aproximação recente ao Ocidente, continua a não existir na Líbia qualquer coisa que se assemelhe a liberdade de imprensa ou de associação. A constituição de partidos políticos é ilegal e a oposição ao governo é "severamente desencorajada". Quem optar por não seguir a recomendação arrisca-se a ficar preso por tempo indefinido. Ou pior.

José Eduardo dos Santos


Presidente de Angola desde 1979. Não se pode dizer que seja um ditador completo porque venceu a primeira volta das eleições presidenciais de 1992, as únicas em que participou. Espera-se que volte a convocar eleições dentro de alguns anos (quando lhe apetecer). Domina grande parte da economia e dos recursos naturais do país, estando o resto entregue aos seus familiares ou amigos. É provável que tenha direito a cumprimento efusivo dos líderes portugueses.

Etc, etc...

1 comentário:

Autor disse...

A coisa mais assustadora de todos é que, dos 4 em análise, talvez o mais normal e são de todos seja mesmo o Qadaffi.

 
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