27.2.09

É oficial! Estamos na Casa Branca!


Michelle Obama gosta dos portugueses porque somos "não demasiado grandes nem demasiado pequenos, possuimos temperamento doce" e, acima de tudo, porque somos hipoalergénicos.

24.2.09

A Origem do Mundo


Quando soube que a PSP tinha apreendido numa feira do livro volumes que reproduziam na capa uma imagem considerada pornográfica, confesso que me apeteceu ser mosca. Não para conseguir voar, ter olhos compostos e poder alimentar-me de excrementos e matéria em decomposição (apesar de serem talentos apetecíveis), mas pela possibilidade de assistir às apetitosas conversas que terão precedido a acção justiceira e que deverão conhecer enriquecimentos ainda mais apetitosos com as subsequentes tentativas de elaboração e justificação.

No que terá sido a sua primeira visita a uma feira do livro, um grupo de agentes policiais deslocou-se ao local e confiscou os volumes transgressores decorados com uma gravura chocante. E é realmente chocante. Pelo menos, foi essa a intenção original do pintor quando a criou em 1866. O facto de o seu potencial de choque, que já deveria ter expirado há décadas, continuar suficientemente activo para melindrar homens fardados e de barba rija torna o caso ímpar.

Que mostra a imagem afinal? É um quadro pintado por um francês (são sempre os franceses…), representando uma mulher anónima de pernas afastadas expondo o que a maior parte de nós saberá existir em tal localização. Não vou referir pormenores porque não quero estragar a surpresa a ninguém. É pornografia, pois claro! E não poderá ser exibida numa feira do livro aos olhos de frequentadores que poderão não ter a maturidade moral para compreender semelhante fenómeno anatómico. Afinal de contas, o lar natural e discreto da pornografia são os quiosques de rua, onde os olhares mais inocentes serão dissuadidos de mirar pelas expressões de censura dos políticos e futebolistas no escaparate ao lado.

Desculpa-se a PSP com as reclamações que terá recebido. Deveremos acreditar que a PSP atende a todas as reclamações que lhe chegam, por mais absurdas que sejam? Enviará agentes para confirmar se a sexagenária que contacta a esquadra em pranto tem realmente Belzebu dentro do açucareiro? Ou para averiguar o motivo do estranho aroma a açafrão proveniente do apartamento de uma família paquistanesa após alerta de um vizinho? Ou para apreender um livro reproduzindo na capa uma imagem obscena que, por acaso, é um quadro célebre não referido nas aulas de História da Arte do curso de formação da polícia?

Pensando melhor, não terá tanta piada como me parecia. É até um pouco triste pela tacanhez revelada e pela inclinação para o “parece mal” que já deveríamos ter ultrapassado há muito. Apreender um livro porque tem uma capa “obscena” num país onde a pornografia é legal e livremente vendida e consumida não faz realmente qualquer sentido. Mas o mais preocupante de tudo é pensar que, em Portugal, no ano de 2009, ainda se apreendem livros, qualquer que seja o motivo.

E nem sequer são os de José Rodrigues dos Santos.

19.2.09

E é por isto que Portugal não pode ter maiorias absolutas

"O presidente da Câmara Municipal de Torres Vedras, Carlos Miguel, foi surpreendido ao início da tarde com um fax do Ministério Público no qual era dado um prazo à autarquia para retirar o conteúdo sobre o computador Magalhães, que fazia parte do "Monumento", onde apareciam mulheres nuas. “Achamos que pela primeira vez após o 25 de Abril temos um acto de censura aos conteúdos do Carnaval de Torres”, lamentou o responsável, em declarações à Antena 1."

in Público
 
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