Exmos. Srs. Administradores, Directores, Programadores e Mentores da Radiotelevisão Portuguesa,
Terminado este fim-de-semana de grande relevância para o catolicismo, com a inauguração da nova igreja do santuário de Fátima que a RTP decidiu cobrir de forma exaustiva através de directos e debates ocupando parte considerável da sua emissão, venho, por este meio, solicitar-vos em nome dos ateus de Portugal que, visto que vossas excelências não terão certamente a intenção de discriminar os espectadores com base nas suas convicções religiosas (ou na falta delas), que dediquem aos ateus metade do tempo que dedicaram aos católicos.
Como saberão, o número de ateus em Portugal é considerável e não estará longe do número de católicos (se os altos dignitários do catolicismo incluem no número dos seus fieis todos os portugueses baptizados, mesmo que não se confessem, não comunguem, não vão à missa ou mesmo que não acreditem na divindade de Cristo ou na existência de Deus, os ateus poderão presumir de igual forma que uma percentagem larga destes serão ateus baptizados em idade demasiado precoce para poderem resistir; não diz a sabedoria popular que "presunção e água benta, cada um toma a que quer"?).
É provável que precisem de um pretexto para justificar o evento. Pois bem, que o pretexto seja a comemoração do septuagésimo segundo aniversário de Woody Allen no próximo dia 1 de Dezembro, um dos mais célebres ateus confessos da actualidade (e pode estabelecer-se aqui um paralelismo com o fenómeno de Fátima visto que, tanto Woody Allen, como a Irmã Lúcia dedicaram a vida à construção de ficções, ele de forma profissional, ela como autodidacta).
Como não haverá nenhuma grande obra a inaugurar (o ateísmo não é uma convicção muito monumental), monte-se o arraial mediático num jardim público ou numa pastelaria e ponha-se Fátima Campos Ferreira a mediar daquele seu jeito tão característico, algures entre o fervor profissional e o analfabetismo funcional, um debate com figuras destacadas do ateísmo nacional como José Saramago ou outros igualmente senis. Também lá pode estar o Padre Borga. Sempre enche mais uma cadeira e ajuda a compor o enquadramento. Não esquecer também que toda a equipa do programa "Praça da Alegria" deve ser espalhada pelas imediações a recolher comentários pouco esclarecidos e/ou fanáticos de ateus exacerbados.
O resto ficará ao vosso critério. Importa apenas que a emissão seja demorada e consiga repugnar todos os que por ela passarem e, não sendo ateus, se sintam ofendidos pela transformação súbita de um canal pago com dinheiro dos impostos em televisão oficial do ateísmo.
Resta-me agradecer a vossa atenção, sobretudo por saber que estarão deveras ocupados com a selecção de novas caras para a horda de colaboradores da RTP e de novos conteúdos para a genial grelha de programas, com todo o frenesim sexual e de lambe-botismo e ingestão de merda que isso acarreta.
Despeço-me com amizade (como dizia o engenheiro).
Um cidadão pela igualdade de tratamento
Como saberão, o número de ateus em Portugal é considerável e não estará longe do número de católicos (se os altos dignitários do catolicismo incluem no número dos seus fieis todos os portugueses baptizados, mesmo que não se confessem, não comunguem, não vão à missa ou mesmo que não acreditem na divindade de Cristo ou na existência de Deus, os ateus poderão presumir de igual forma que uma percentagem larga destes serão ateus baptizados em idade demasiado precoce para poderem resistir; não diz a sabedoria popular que "presunção e água benta, cada um toma a que quer"?).
É provável que precisem de um pretexto para justificar o evento. Pois bem, que o pretexto seja a comemoração do septuagésimo segundo aniversário de Woody Allen no próximo dia 1 de Dezembro, um dos mais célebres ateus confessos da actualidade (e pode estabelecer-se aqui um paralelismo com o fenómeno de Fátima visto que, tanto Woody Allen, como a Irmã Lúcia dedicaram a vida à construção de ficções, ele de forma profissional, ela como autodidacta).
Como não haverá nenhuma grande obra a inaugurar (o ateísmo não é uma convicção muito monumental), monte-se o arraial mediático num jardim público ou numa pastelaria e ponha-se Fátima Campos Ferreira a mediar daquele seu jeito tão característico, algures entre o fervor profissional e o analfabetismo funcional, um debate com figuras destacadas do ateísmo nacional como José Saramago ou outros igualmente senis. Também lá pode estar o Padre Borga. Sempre enche mais uma cadeira e ajuda a compor o enquadramento. Não esquecer também que toda a equipa do programa "Praça da Alegria" deve ser espalhada pelas imediações a recolher comentários pouco esclarecidos e/ou fanáticos de ateus exacerbados.
O resto ficará ao vosso critério. Importa apenas que a emissão seja demorada e consiga repugnar todos os que por ela passarem e, não sendo ateus, se sintam ofendidos pela transformação súbita de um canal pago com dinheiro dos impostos em televisão oficial do ateísmo.
Resta-me agradecer a vossa atenção, sobretudo por saber que estarão deveras ocupados com a selecção de novas caras para a horda de colaboradores da RTP e de novos conteúdos para a genial grelha de programas, com todo o frenesim sexual e de lambe-botismo e ingestão de merda que isso acarreta.
Despeço-me com amizade (como dizia o engenheiro).
Um cidadão pela igualdade de tratamento
2 comentários:
Também ha uma outra solução... que foi a que eu já adoptei há algum tempo, por essas e por outras.
Que é... não ver televisão! Só a ligo depois de consultar previamente a programação, na net. Tenho de zelar pela minha (pouca) saúde mental!
Beijinhosss
Eu sou masoquista.
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